Sou um canal.
Uma margem de chegada e partida.
Porta de entrada ou saída.
Esperança de uma nova vida.
Sirvo de rota,
destino ou passagem.
Abrigo, esteio,
negócio ou viagem.
Canto amores, sirenes e dores.
Sou o sonho dos imigrantes
e o pão dos estivadores.
Embarco tristezas e vitórias.
Trago cargas, homens e histórias.
Cheiro enxofre e maresia,
mas, de noite, exalo alegria.
Das moças e dos marinheiros,
sou o ponto de encontro das ilusões perdidas.
Meu cais conta séculos de aventuras.
Vi reis, piratas e presidentes.
Generais, escravos,
presos e torturas.
Fui palco, sou celeiro
de artistas do mundo inteiro.
Sou história viva, nova e antiga.
Brasileiro, santista, o maior da América Latina.
Sou global e local.
Cenário e realidade.
Comércio e lazer.
Sou gente e cidade.
Poesia classificada entre as 10 finalistas do FLIPORTO 2007, Feira do Porto de Galinhas -Brasil